Nonsense13

Nonsense13

Eu tinha um pressentimento, iria vê-lo aquele dia, não como imaginara, mas ao entardecer ele chegara, tinha parado para jantar, então eu e minha colega estávamos na cozinha ela já enchia a barriga e eu enchia meu pratinho de sopa, ele deve-se ter admirado em não ver ninguém ao balcão,  e vendo apenas minha colega chamou “oh menina” era raro ela ir trabalhar para lá então não admiraria não saber seu nome, antes que ela se levantasse me ofereci para o ir servir, já que ainda não tinha iniciado minha refeição.

Seu café habitual, uma raspadinha “para ver a minha sorte” foi sua justificação, e depois se sentou numa mesa sozinho roendo um gelado, vidrado na televisão que transmitia o jogo do Bayer de Munique, seus olhos azuis desviavam-se da tv vez ao outro e os meus fugiam do encontro dos dele.

Mas era quase inevitável, já no término do jogo caminhava no sentido oposto ao meu, era como se sentisse num filme, em camara lenta que mais uma vez podia completar aqueles olhos, que se prendiam a mim, admito eu fugira, por me sentir mal ao ser observada por ele, mas pro quanto mais tempo o poderia fazer? Ao seu lado eu me sentia pequena patética eu tinha necessidade de nos separar pelo balcão, não era a mesma coisa que estar ao seu lado, era obrigada a ficar de fronte a ele, então não sei qual é a melhor opção mas pelo menos minha pequenez diminuía e pela primeira vez riamos juntos de alguma bobagem até perceber que nos olhos estavam mais que focados um no outro, mais uma vez era hora de fugir , era uma sensação  estranha sentia-me feliz e ao mesmo o negava, porque tudo isto deve permanecer um segredo longe dele.