Nigen no Neko

Capitulo 1

Feitiço sobre um felino

Nana uma miúda como outras tantas, com seus 18 anos era uma estudante comum que em part time trabalhava numa loja de  bijutaria para seu próprio sustento, seu mudinho perfeito era feito desse jeito na pequena cidade de Fukuoka .

Tinha sido mais um dia que depois das aulas trabalhara na Biju Kiss, perdia-se mais que suas clientes contemplando as peças expostas e se continha para não gastar todo o seu salário em bijutarias, fato era que Nana era vaidosa, gostava de andar sempre na moda e ser o centro das atenções, principalmente as dos garotos, mas ainda assim nunca tinha conseguido conquistar o coração de nenhum.

No final do expediente regressou para sua pequena casa e quem a esperava, o mesmo de sempre, seu fiel gato persa amarelo que assim que a viu pulou do sofá, se espreguiçou preguiçoso e foi ronronar nas suas pernas.

_Aiko-chan… Okaeri…._Sorriu para o gato e pegou nele ao colo e o gato de grande olhos verdes parecia-lhe dizer._” Okaeri Nana- sama, estava á tua espera!”

Preparou uma refeição leve para o jantar e para Aiko-chan, o “amorzinho” como lhe chamava apenas ração enlatada e bem que ele gostava, em especial aquela de atum e de barriga farta esperava por sua dona deitado na cama enquanto ela tomava um banho.

E quando regressou ao quarto já trajava seu pijama rosa claro com um laçarote na camisola, seu cabelo estava entrançado, era raro o trazer desse jeito e Aiko a observava com se estivesse também surpreendido.

Dormiu com seu gato ao fundo da cama, cada um tinha o seu lugar marcado no colchão e raramente invadiam o lugar do outro, era como uma regra sagrada que nenhum dos dois ousavam quebrar.

Pela manhã se aprontou, desfez as traças deixando o cabelo ligeiramente ondulado, maquilhou-se e perfumou-se como uma verdadeira lady e o gatinho ficava ao seu lado esperando que uma gotinha do perfume de Nana caísse em seu pelo para também ele ficar perfumado.

Todos os dias tinha a rotina de passar por um templo vizinho á sua casa para fazer suas pequenas orações, tão infantis e ingénuas…. 

                Muitas das vezes nem percebia que Aiko a seguia até ao templo e ficava ali a vendo rezar e no fim sair apressada para não chegar atrasada ás aulas e nos seus lábios de felino parecia delinear-se um sorriso, como quem fica á espera que alguém importante retorne.

Seria um dia longo e solarengo para aquele gato preguiçoso, que estando se sentindo tão bem no templo decidiu ficar a apanhar uns banhos de sol por ali, aliás tinha todo o tempo do mundo e tão despreocupado que era acabou adormecendo, enquanto aquecia seu pelo ao sol.

Os três monges que habitavam naquele templo, passavam por ali e ainda ao longe um deles viu o gato dormindo, conheciam bem aquele gatinho e até sabiam que ele pertencia a Nana, por vezes até o alimentavam, outras vezes apenas o ficavam observando, pois acreditavam que o bicho ficava adorando os seus Deuses.

E por essas e por outras razões os três monges  decidiram conceber um deseja ao gato amarelo, que nem o próprio imaginava dentro da sua pequena cabeça.

Voltou para casa despreocupado, pulou pela janela e depois de comer da sua ração, lambeu os bigodes e traçou o caminho até ao quarto de Nana e depois de um tempo sentando á janela observando os pássaros pousarem na cerca em madeira que rodeava a casa, saltou para a cama para fazer uma pequena soneca.

Acordou sobressaltado com os berros de Nana e se assustou ainda mais quando percebeu que algo de estranho se passava com ele, sua vida pacata de gato estava prestes a terminar.