Olhava o cão de soslaio, aquele maldito com a sua ignorância
canina e seu charme fofo captavam toda a atenção de Kotori que brincava com ele
junto á lareira.
_Satu-chan* é um bom nome para ele não é Yagari-san?
_Que nome é esse? Tem
alguma lógica dar um nome desses ao rafeiro?_ Seu mau humor era notável.
_Ora ele é branquinho e é doce como o açúcar, Satu é o nome
mais apropriado para esta fofura.
_Faz como quiseres quem vai tratar dele não sou eu_ seu
olhar desviou-se para o livro que tinha em suas mãos, apesar de não o estar a
ler.
_Porque não podes tratar dele também?_ perguntou sentando-se
junto dele no sofá_ É como um membro da família.
_ Esse bicho ser um membro da família? Não me faças rir.
_Afinal nós adotemos o Satu-chan, ele é como um filhote
certo?_ seus olhos verdes tão doces eram capaz de derreter Yagari, enquanto o
cãozinho saltava para cima do sofá procurando mais atenção.
_Tira esse rafeiro daqui! Não quero o sofá cheio de pelo de
cão_ fechou o livro chateado enquanto Kotori pousava o cão no chão fitando
Yagari.
_Porque não gostas dele? Ele não fez nada de mal…_ Espirrou
afetada pelo frio da manhã
_Devias preocupar-te mais contigo e menos com um cachorro_
Agarrava-a pelo pulso enquanto a outra mão tocou a sua testa_ Estás a ficar
quente, eu te avisei que ias ficar constipada.
_Eu não estou doente!_ Sua resposta foi rápida aborrecida
com Yagari_ Vou comprar coisas para o Satu-chan, que pelo menos ele merece, e
não te preocupes desta vez eu levo casaco.
_Mas Kotori hoje os estabelecimentos estão fechados, é
natal!
Mas Kotori apenas o ignorou saindo pela porta, não entendia
porque Yagari não a apoiava em ter um animal de estimação, não via qualquer mal
nisso.
Enquanto isso Yagari olhava o cão de pelo branco sentado á
sua frente, até parecia que lhe sorria, lembrando-se de quando era criança
também ter um cão, o Momo-chan, aquele bichinho que todos os dias esperava
ansioso pela chegada do seu dono, mas que um certo dia não o esperou junto á
porta como o habitual e desde então nunca mais apareceu o seu felpudo que lhe
fazia companhia, no final das contas aquele animal que se fazia passar-se pelo
melhor amigo do homem mostrando ser fiel
era apenas um fingido que procurava por abrigo e comida, para Yagari cães ema uns
falsos, mais cedo ou mais tarde o Satu-chan também desiludiria a Kotori como o
Momo-chan fez com ele.
Decidiu ir preparando o almoço enquanto Kotori não chegava ,
confecionava uma sopa de legumes enquanto Satu-chan o olhava sentando no chão
junto a ele.
Não tardou a que Kotori voltasse sem nenhuma saca parecia
desanimada e exausta.
_Desculpa Satu-chan, mas nenhuma loja estava aberta, por
isso não te pude comprar ração_ o cãozinho parecia a ouvir com atenção.
_Ele pode comer da nossa comida, não vai morrer á fome.
Kotori apenas assentiu com a cabeça, ainda mostrando o seu
semblante entristecido , Yagari não compreendia como ela podia estar tão triste
por apenas não ter conseguido fazer algo
por seu cão.
_Kotori… Não precisas ficar triste, eu avisei-te que ia
estar tudo fechado.
_Eu sei porque é natal!_ Alterou a sua voz com as lágrimas
insinuando cair pelo seu rosto.
_Não era isso que eu queria dizer…_ Yagari manteve-se calmo_
Aconteceu algo mais?
Kotori apenas acenou que sim com a cabeça, ainda parada na
sua frente cabisbaixa.
_Que se passou?_ sua voz era meiga, afastou o cabelo da
frente dos olhos dela.
_Eu cai…_ Esticou as mãos mostrando uns pequenos arranhões.
_Estás muito magoada? Doí-te mais algum sitio?_ Sua
preocupação era evidente, e Kotori apenas sorriu com gentileza.
_Doí-me os joelhos, não é nada de grave.
_Senta ai_ ordenou puxando uma cadeira obrigando-a a sentar-se_
Deixa eu ver_ baixou-se puxando a sua meia para baixo enquanto Kotori corava
envergonhada.
Seus joelhos apenas estavam um pouco esfarrapados e
vermelhos devido á queda.
_Acho melhor desinfetar_ comentou levantando-se.
_Eu estou bem assim, fica aqui comigo_ seus olhos húmidos
imploravam para Yagari.
_Que aconteceu afinal?_ Não era a queda de Kotori que
preocupava Yagari mas vê-la tão infeliz.
_Pareceu-me ver alguém…._ sua voz era fraca enquanto se
relembrava do sucedido.
_Ver quem?_ Yagari já não conseguia estar calmo.
_Aquele rapaz que me drogou e violou_ Kotori parecia alguém
diferente como se tivesse retomado ao passado.
_Ele te fez alguma coisa? Ele tocou-te?
Kotori acenou que não
com a cabeça limpando o seu rosto.
_Deves ter-te enganado na pessoa, já foi á muito tempo,
deves ter confundido.
_Deve ter sido isso.._
Kotori não estava muito convencida, tinha quase a certeza que era aquele mesmo
homem de á tempos, mas apenas abraçou Yagari com força desmedida tentando
acreditar nas suas palavras, mas era tão difícil.
Satu olhava sua dona sentindo esse mesmo sentimento,
confiante que aquilo não tinha sido nenhuma confusão, mas uma perigosa
coincidência do destino.
*Satu- significa açúcar em japonês
Tadinha da Kotori, mas também ela é teimosa, hein?
ResponderEliminarSó saiu para se ferir e se assustar e ainda preocupar o Yagari.
yagari podia dar atençao ao caozinho que nada lhe fez de mal
ResponderEliminarkotori devia ter ouvido yagari quando disse que as lojas estavam fechadas
bjto